quarta-feira, 27 de maio de 2020

CORRIDAS À 6ª FEIRA - O RECOMEÇO - 05-06-2020 - ALVOR

Campeões, temos o prazer de informar que, em Junho, iremos retomar os nossos eventos “Sempre à 6ª Feira, Sempre em Locais Diferentes”. O horário é que terá uma adaptação, mas já iremos explicar.
Coincidente com a terceira fase do Desconfinamento, iremos voltar a promover a prática desportiva em grupo, de forma informal e sem qualquer fim lucrativo ou competitivo. Um incentivo à prática desportiva e de hábitos de vida mais saudáveis, que poderá decorrer em qualquer um dos 16 concelhos do Algarve, alternando entre Sotavento e Barlavento, entre Litoral e Interior, entre Plano ou subida a Cerro, entre mais Fácil ou mais Difícil.
Queremos continuar a formar Campeões no Algarve e, para isso, iremos adaptar os nossos eventos à “nova normalidade” de forma a evitar qualquer situação que possa ir contra as normas que estão a ser aplicadas para a abertura dos restantes espaços comerciais e de restauração, espaços de lazer ou culturais. 
Nesta nova “normalidade”, os nossos eventos continuam a não ter limite de participantes. Mas a organização irá proceder às devidas alterações para garantir que não se formam grupos de mais de 10 pessoas, o mesmo limite que foi definido para a abertura da época balnear.
Assim, são estas as normas que iremos aplicar nos próximos eventos e até indicação em contrário:
1) Os eventos passam a ter hora de início entre as 20:00 e as 20:45. Deixa de haver uma partida conjunta. Às 20:45 será feita a saída do grupo de dois ou mais campeões que irá proceder à recolha do material de marcação dos percursos;
2) Os Campeões que chegam ao ponto de partida e chegada de cada evento, devem começar de imediato a fazer um dos percursos que estão marcados;
3) Caso estejam à espera de alguém para vos acompanhar no evento, devem aguardar no interior ou junto da viatura onde se deslocaram para o evento, ou sempre a garantir um distanciamento de outros campeões que possam estar no local. Não se podem formar grupos de mais de 10 pessoas;
4) Não será feita “Foto de Grupo”, nem será promovida qualquer acção que leve à concentração de campeões numa determinada área;
5) Todas as indicações ou avisos sobre os percursos que sejam fundamentais transmitir, serão feitos de forma individual aos campeões que comecem a atividade assim que chegarem ao local de partida de chegada de cada evento;
6) Os percursos vão estar sempre marcados e irá haver voluntários ao longo do percurso sempre que seja necessário;
7) Não irá haver qualquer abastecimento ao longo dos percursos. Cada campeão deverá providenciar o seu abastecimento líquido ou sólido;
8) Não irá haver qualquer abastecimento no final dos percursos;
9) Cada Campeão, ao concluir o percurso, deverá executar os aconselhados exercícios de alongamento, sempre a garantir o devido distanciamento físico de segurança e, de seguida, deverá abandonar o local;
10) Não serão facilitados ou promovidos acessos a espaços privados, a balneários ou instalações sanitárias;
11) No final de cada evento, no local da chegada, solicitamos a todos os Campeões que não organizem ou promovam qualquer convívio para partilha de comida ou bebida. Se for o caso, deverão ausentar-se do local da chegada dos restantes participantes;
12) Não deverá haver uso de máscara durante a prática de exercício físico;
Estas são as normas que consideramos serem capazes de adaptar os nossos eventos à “nova normalidade”. Iremos ver o que sucede nos próximos eventos e, se necessário, procederemos às devidas adaptações.
As regras podem existir mas, o ponto fundamental é o cumprimento das mesmas por todos os Campeões. Sobretudo, haver sempre bom senso. Se assim suceder, acreditamos que tudo poderá decorrer da melhor forma nesta “nova normalidade”.

sexta-feira, 1 de maio de 2020

O CONTADOR, OS IMPOSTOS E O CÃO

Mais uma historia publicada no extinto jornal "O Algarve":
O CONTADOR, OS IMPOSTOS E O CÃO
Em tempos publicamos neste blogue e no jornal "O Algarve" a história de “O contador”. Nela enaltecíamos os dotes atléticos do nosso amigo Dias (hoje bastante diminuídos devido a uma arreliadora hérnia discal) que domingo a domingo nos assombrava com uma demonstração de poder físico, ultrapassando os obstáculos com enorme facilidade e suprema frescura. Em 18 de Dezembro de 2009 escrevíamos:”…e insatisfeito com a “humilhação” que nos infligia Domingo a Domingo, ainda tinha o topete e a força física para, ao chegar à meta, retroceder e estabelecer uma ordem de chegada numerando os marchantes à medida que se cruzava com eles.
A voz do Dias era inconfundível: “você é o décimo primeiro, você é o número vinte e cinco, você é o quadragésimo”, e assim sucessivamente até se aborrecer e voltar novamente no sentido correcto repisando terreno, já por ele calcorreado, irradiando uma frescura que faria inveja a qualquer imitação de Carlos Lopes”. Quando mais alto era o número naquela classificação, maior era o desânimo, maior era a vontade de mandar o Dias “contar os marchantes para o … outro lado”. Mas era um espectáculo dentro de outro espectáculo. 
Como é do conhecimento de todos, o nosso Dias, antes da merecida reforma que hoje goza, e que o aliviou das agruras do stress diário, era um conceituado chefe de finanças. Exercia este mister com grande profissionalismo, competência e enorme rigor. Implacável no cumprimento das leis fiscais, terror dos incumpridores. Aplicava na sua área de jurisdição o conhecido ditado popular “o sol quando nasce é para todos”. 
Um dia, numa marcha serrana, caminhando pelos trilhos do interior algarvio, cruzámo-nos com um rebanho de ovelhas devidamente enquadradas pelo pastor e o seu cão. Éramos um pequeno grupo de marchantes, vanguarda do pelotão, de algumas centenas, que nos precedia. O cão pastor pouco habituado a estas estranhas incursões no território que julgava seu, resolve atacar o grupo de invasores, e não é que de entre todos nós escolhe as atléticas canelas do nosso Dias, espetando-lhe os afiados dentes na barriga de uma perna provocando-lhe um tal ferimento que justificou posterior tratamento hospitalar. Preocupados com o estado de saúde do nosso amigo tentámos consolá-lo e animá-lo, mas juro que ouvi, com estes ouvidos que a terra um dia há-de comer, uma voz murmurando baixinho, sem que eu a identificasse, nem tal foi do meu interesse, o seguinte: “Aquele cão não liquidou algum imposto a horas, foi multado e agora teve o supremo prazer da vingança”. E outra voz ao lado ainda mais sussurrante: “… e serve-se fria…”.
Jorge Lopes