quinta-feira, 30 de setembro de 2010

PRÓXIMA MARCHA - ALTE

Aldeia do concelho de Loulé é considerada a aldeia mais típica do Algarve e uma das mais típicas de Portugal. É, por isso, quase obrigatório que os marchantes dediquem um pouco do seu tempo a visitar alguns pontos que merecem o vosso atento olhar.
As Fontes Pequena e Grande, nascentes sempre activas de água fresca e límpida, foram, em tempos, locais de encontro das mulheres da aldeia que aí lavavam a roupa e enchiam os cântaros. Hoje são locais de visita obrigatória, quer para descansar, quer para utilizar as margens num bucólico piquenique.
Alte é  uma aldeia muito visitada por turistas. O artesanato tradicional da terra, como os doces tradicionais, os brinquedos de madeira, a olaria e os trabalhos de esparto, são quase de consumo obrigatório para os turistas que calcorreiam, maravilhados, as ruas estreitas da aldeia, ladeadas das suas casas brancas de chaminés rendilhadas, salpicadas de azul e amarelo.
Visite-se, também, a Queda do Vigário, local pouco conhecido de quem ali não reside, cascata deliciosa com acesso por rua atrás do cemitério. É um local que convida ao descanso e apropriado a uma belas fotografias.
Alte é também aldeia de boas gentes, simples, acolhedoras. A simpatia com que nos recebem obriga-nos a voltar sempre com prazer. É um dos meus locais preferidos do Algarve, muito por culpa dos marchantes que lá nasceram, a Leonor, o Carlos, a Lúcia, o Ludgero, a Manuela e o Luis, a Julieta, a quem presto a minha homenagem pela amizade e por me ajudarem a descobrir as belezas da sua terra.
Fica aqui um soneto do poeta Cândido Guerreiro, nascido em Alte, e que se encontra gravado em azulejo no jardim da Fonte Pequena:

Porque nasci ao pé de quatro montes,
por onde as águas passam a cantar
as canções dos moinhos e das fontes,
ensinaram-me as águas a falar…

Eu sei a vossa língua, água das fontes…
Podeis falar comigo, águas do mar…
E ouço, à tarde, os longínquos horizontes
chorar uma saudade singular…

E, porque entendo bem aquelas mágoas
e compreendo os íntimos segredos
da voz do mar ou do rochedo mudo,

sinto-me irmão da luz, do ar, das águas,
sinto-me irmão dos íngremes penedos
e sinto que sou Deus, pois Deus é tudo

(Nas fotos, a Queda do Vigário e a Fonte Grande)

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