Juliana marchava como se não houvesse amanhã. O som das passadas firmes no chão terroso, era insuficiente para abafar os pensamentos que lhe martelavam o cérebro, tornando os ruídos à sua volta nebulosos, ininteligíveis e as vozes dos marchantes, a seu lado, longínquas.
As notícias que recebera não tinham, ainda, sido totalmente digeridas. Mas não faltara à marcha aprazada para este domingo. Marchar era para ela a purificação das preocupações do dia a dia. Preocupações que, até agora, sobrevalorizara, mas o diagnóstico médico recente encarregara-se de as tornar obsoletas e ridículas.
O seu sistema nervoso central avisara, antecipadamente, os seus músculos, do que aí vinha. Pequenos tremores musculares fizeram-na consultar um médico. E o diagnóstico atingira-a como um martelo pilão. A prostração, o desânimo, a inacção, constituíram a primeira reacção à notícia. Porquê ela? Porquê agora quando atingia a plenitude, uma vida de duro trabalho que lhe permitiria o gozo merecido nos anos que lhe faltam viver. Seria hoje o primeiro dia do resto de uma curta vida?
O instinto de sobrevivência, a força interior desconhecida que existe em todos nós, camuflada bem lá no fundo, o 2º fôlego, fê-la pensar e agarrar-se como nunca à vida. Os casos conhecidos dos quais o de João Paulo II foi o exemplo mais destacado, fizeram-na meditar. E foi à luta. Uma luta desigual, David contra Golias, coragem contra o desânimo, Juliana contra Parkinson.
E tal como “as armas de David eram da parte do seu Deus e isso dava-lhe confiança da vitória. Apressando-se, David pegou numa pedra a atirou com a funda e ela penetrou a testa de Golias e David apressou-se, pegou na espada de Golias e entregou-lhe a morte, definitivamente, cortando sua cabeça” (Bíblia, Livro de Samuel), assim Juliana, frágil, tímida, receosa, mas de uma coragem indómita, irá derrubar o velhaco Parkinson e, o exército de marchantes, tal como o exército de Israel, comandado por David, contra os Filisteus, exultará com a vitória do bem contra o mal, da inocência contra a maldade, da saúde contra a doença.
Força Juliana o teu exército está contigo.
Nota: A doença de Parkinson é uma doença incurável e é tratada combatendo os sintomas, retardando, assim, a sua evolução. Entre os tratamentos indicados, e cuja menção não é objectivo desta crónica, está a actividade física. Ela contribui para amenizar os sintomas da doença e prolongar o bem-estar. A Juliana (pessoa real, nome fictício) complementa os tratamentos farmacológicos prescritos pelo médico com a actividade física onde inclui, obrigatoriamente, as marchas do nosso Programa Nacional de Marcha/Corrida.
(JL)
As notícias que recebera não tinham, ainda, sido totalmente digeridas. Mas não faltara à marcha aprazada para este domingo. Marchar era para ela a purificação das preocupações do dia a dia. Preocupações que, até agora, sobrevalorizara, mas o diagnóstico médico recente encarregara-se de as tornar obsoletas e ridículas.
O seu sistema nervoso central avisara, antecipadamente, os seus músculos, do que aí vinha. Pequenos tremores musculares fizeram-na consultar um médico. E o diagnóstico atingira-a como um martelo pilão. A prostração, o desânimo, a inacção, constituíram a primeira reacção à notícia. Porquê ela? Porquê agora quando atingia a plenitude, uma vida de duro trabalho que lhe permitiria o gozo merecido nos anos que lhe faltam viver. Seria hoje o primeiro dia do resto de uma curta vida?
O instinto de sobrevivência, a força interior desconhecida que existe em todos nós, camuflada bem lá no fundo, o 2º fôlego, fê-la pensar e agarrar-se como nunca à vida. Os casos conhecidos dos quais o de João Paulo II foi o exemplo mais destacado, fizeram-na meditar. E foi à luta. Uma luta desigual, David contra Golias, coragem contra o desânimo, Juliana contra Parkinson.
E tal como “as armas de David eram da parte do seu Deus e isso dava-lhe confiança da vitória. Apressando-se, David pegou numa pedra a atirou com a funda e ela penetrou a testa de Golias e David apressou-se, pegou na espada de Golias e entregou-lhe a morte, definitivamente, cortando sua cabeça” (Bíblia, Livro de Samuel), assim Juliana, frágil, tímida, receosa, mas de uma coragem indómita, irá derrubar o velhaco Parkinson e, o exército de marchantes, tal como o exército de Israel, comandado por David, contra os Filisteus, exultará com a vitória do bem contra o mal, da inocência contra a maldade, da saúde contra a doença.
Força Juliana o teu exército está contigo.
Nota: A doença de Parkinson é uma doença incurável e é tratada combatendo os sintomas, retardando, assim, a sua evolução. Entre os tratamentos indicados, e cuja menção não é objectivo desta crónica, está a actividade física. Ela contribui para amenizar os sintomas da doença e prolongar o bem-estar. A Juliana (pessoa real, nome fictício) complementa os tratamentos farmacológicos prescritos pelo médico com a actividade física onde inclui, obrigatoriamente, as marchas do nosso Programa Nacional de Marcha/Corrida.
(JL)
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