MARCHA DE MONCARAPACHO

Um soneto de Florbela Espanca (que viveu ali para aqueles lados, em Quelfes) espelha, maravilhosamente, o que foi esta marcha:

É Primavera agora, meu Amor!
O campo despe a veste de estamenha;
Não há árvore nenhuma que não tenha
O coração aberto, todo em flor!

Ah! Deixa-te vogar, calmo, ao sabor

Da vida... não há bem que nos não venha
Dum mal que o nosso orgulho em vão desdenha!
Não há bem que não possa ser melhor!

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Também despi meu triste burel pardo,
E agora cheiro a rosmaninho e a nardo
E ando agora tonta, à tua espera...
 

Pus rosas cor-de-rosa em meus cabelos...
Parecem um rosal! Vem desprendê-los!
Meu Amor, meu Amor, é Primavera!...

 

Depois de um Inverno duradouro, em que a chuva teimava em não nos deixar, eis que hoje um sol radioso, um cheirinho a Primavera, transformou esta bem organizada marcha num hino à alegria.

(Restantes fotos AQUI)