AUTÁRQUICAS - OS NOSSOS VOTOS

Hoje, dia em que, mais uma vez, vamos exercer o direito de escolher os autarcas que irão governar os nossos concelhos e as nossas freguesias, será, também, o primeiro dia em que as promessas feitas na campanha serão esquecidas, em que os abraços e beijinhos às crianças, aos velhinhos e às peixeiras,  acabarão e a distância entre os eleitos e eleitores se vai, como já é tradicional, aprofundar. Os novos autarcas do alto das suas novas e importantes funções vão passar a pairar acima de nós, comuns mortais.

Sou do tempo em que a palavra dada era uma escritura e, ainda quero acreditar, que as promessas feitas sejam para cumprir e que não venham com a desculpa, sempre igual, de que encontraram as contas num estado lastimável, que não estavam à espera de tanta desorganização, de tantas dívidas por pagar.
Fico à espera que o vosso primeiro acto não seja substituir o BMW ou Mercedes por um novo, não conspurcado pelo excelso traseiro do vosso antecessor.

Fico à espera do apoio às populações no seu desenvolvimento  cultural e desportivo.
Fico à espera do apoio aos nossos marchantes.
Constituam turmas de marchantes à semelhança das turmas de ginástica e hidroginástica, cobrem uma quota mensal mas cedam, domingo a domingo, um autocarro para transportarem os vossos munícipes a essa actividade tão salutar que  é o acto de caminhar.

Este ano vamos controlar, ainda mais, quais as Câmaras que apoiam e quais as que desprezam os seus marchantes.  

E, pronto, já desabafei. E agora vou votar. Vou fazer figas quando colocar as cruzinhas.
(As minhas desculpas aos autarcas que vão para as Câmaras e Freguesias com espírito de missão. Ainda há, felizmente, "malucos" desses).