Um dia suavemente nublado, uma temperatura amena, sem chuva e estavam assim reunidas as condições para mais uma agradável marcha, esta coincidente com o prémio de atletismo Eusébio Rita Bexiga. O local de concentração, de singular beleza, um largo em anfiteatro com a monumental escadaria da Igreja de São Martinho de Estoi, ou Igreja Matriz, debruçada lá do alto, qual protectora divina dos marchantes, o percurso excelente, bem sinalizado, de alguma dureza, com subidas íngremes mas que permitiam subir bem alto e desfrutar de uma vista maravilhosa, a passagem pelo Palácio de Estoi, no final, tornaram esta marcha uma das mais belas do calendário regional.
Como não há bela sem senão, não podemos deixar de apontar a anarquia do início, com o Rancho Folclórico a iniciar tarde a sua actuação, que só terminou às 10H00, o aquecimento a terminar às 10H15 e, por esse motivo, o consequente atraso na partida. O local das inscrições escondido numa roulote, bem camuflado, foi outro defeito que não podemos deixar de apontar. O natural privilégio que o prémio de atletismo tem, marginaliza um pouco, a marcha/corrida, pelo que talvez fosse de bom tom, separar as duas actividades ou então criar estruturas diferentes dedicadas a cada uma das provas.
Temos notado que, nas últimas marchas, o civismo de alguns marchantes tem regredido. Quando pensávamos que já estaria arreigado nos hábitos de todos a preservação da natureza e do meio ambiente, verificamos que alguns sentem o enorme peso das garrafas de água vazias, deixando-as ficar por ali abandonadas, sozinhas, camufladas nos arbustos ou à vista de todos no meio dos trilhos ou até, pasmem, em pleno Palácio de Estoi. Sendo o nosso Algarve tão belo achamos que não necessita de mais adereços.
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