quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

O SABER NÃO OCUPA LUGAR - A DEFLAÇÃO

Porque estamos a correr esse risco convém saber quais as consequências.
O que é a deflação? E por que causa tanto receio nos economistas? O próprio FMI (Fundo Monetário Internacional) já alertou para o risco do "monstro".
Em Novembro, o BCE (Banco Central Europeu) cortou a taxa de juro de referência para o mínimo histórico para 0,25%, para combater a descida da inflação. Só que o ritmo de subida dos preços continua a diminuir, aumentando os riscos de deflação. Mário Draghi já afastou por mais do que uma vez esse risco, mas tem frisado que a autoridade monetária está pronta a agir, se necessário para evitar esse risco.
O que é deflação?

- Quando uma economia entra em deflação, significa que se regista uma quebra continuada e generalizada de preços.
- Um mês de inflação negativa - isto é, em que se verifica uma queda de preços - não corresponde a um cenário de deflação.
- Da mesma forma, também não chega registar descidas de preços em apenas uma categoria de produtos. A deflação implica que haja uma perda generalizada e continuada de valor.
- As consequências da deflação são graves. A quebra de preços desincentiva os consumidores a gastar dinheiro. O resultado é um efeito bola de neve: se as pessoas não compram, as empresas não produzem e há mais despedimentos. Ao mesmo tempo, os preços continuam a cair. O problema da dívida aumenta, porque os bens desvalorizam mas os créditos e os juros não descem.

Em resumo e de outra forma:
À partida, se os preços descem e uma mesma quantidade de moeda dá para comprar mais bens, o impacto é positivo, certo? Não, errado. É que o maior problema da deflação tem a ver com as expectativas: com os preços a cair, as famílias adiam o consumo na expectativa de que desçam ainda mais. As empresas começam a vender menos, o que aumenta os stocks e leva a uma diminuição da produção. Com menos consumo e menos produção, a actividade económica encolhe, os salários e o emprego também, criando-se um efeito bola de neve.
(retirado do "Económico")

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