Da Restauração
Madrinha do povo
Madrasta é que não
(José Afonso)
E marchámos, mais uma vez, na cidade
de Olhão. Na orgulhosa Olhão, madrinha que não madrasta, como dizia o Zeca.
Recordem-se os factos que dão a esta
terra o toque da heroicidade. Foi em 16 de junho de 1808 que os olhanenses deram
um exemplo de patriotismo, sublevando-se contra as tropas ocupantes de
Napoleão. A revolta popular culminou com a refrega da ponte de Quelfes,
derrotando os franceses e obrigando-os à retirada, iniciando-se aí a libertação do
Algarve.
Esta libertação dá origem a um acto
heróico com a viagem do caíque “Bom Sucesso”, comandado pelo mestre Manuel
Martins Garrocho, que partindo de Olhão a 6 de Julho de 1808, chega ao Rio de
Janeiro a 22 de Setembro, comunicando ao rei D. João VI, que aí se tinha
refugiado, a boa nova da libertação do Algarve.
O rei atribui a Olhão o titulo honroso de “Vila de Olhão da Restauração”.
Por vezes marchamos em locais de
grande significado histórico ou de grande beleza, passamos ao lado de sítios
que deveriam merecer da nossa parte um pouco mais de respeito e veneração, mas
a vontade de marchar, a alegria do grupo, tudo faz esquecer. As organizações locais
além da obrigatória marcação do percurso, da distribuição das águas, do aquecimento,
poderiam, com um pouco de imaginação, promover melhor as suas terras, dando
nota da história local, dos pontos de interesse, do artesanato da região, da
gastronomia.
Hoje passámos ao lado da réplica do
caíque Bom Sucesso. Quantos marchantes saberão o significado histórico daquele
barco?
Organização impecável, como já é habitual, do Helder Oliveira. Percurso muito semelhante, mas muito belo, de marchas anteriores.
Organização impecável, como já é habitual, do Helder Oliveira. Percurso muito semelhante, mas muito belo, de marchas anteriores.
Restantes fotos AQUI.
Como curiosidade e em especial atenção a um amigo marchante, o Armando, que o pediu, em baixo a canção de José Afonso alusiva a Olhão:
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