Os "Escalfadinhos Marafados" realizaram e convidaram outros menos escalfadinhos e, seguramente, menos marafados, a estarem presentes nesta caminhada nocturna de visita a um dos locais mais carismáticos do Algarve, a famosíssima Rocha da Pena. E não é que apareceram muitas dezenas de "malucos" prontos para subir até ao alto (a Rocha da Pena tem 479m de altitude máxima) e calcorrear os 2km daquele planalto classificado oficialmente de zona de paisagem protegida? E o grande Deni Vargues a "alma mater" do grupo, o ideólogo destes eventos, o andarilho viciado, o papa léguas algarvio que de vez em quando acorda mal, ou bem, disposto e arranca em direcção a norte (para sul tem o mar e ele ainda, qual Messias, por enquanto, não caminha sobre as águas) e lá vai a Fátima ou, vejam só, a Santiago de Compostela. Pois o Deni, homem de uma simpatia transbordante, com a sua inseparável corneta, lá foi fechando o grupo, carregado que nem um ... peregrino, limpando todas as fitas com que antes tinha sinalizado o percurso, porque esta coisa de paisagem protegida tem que se lhe diga e o Deni não é homem de conspurcar a paisagem com plásticos e outros objectos decorativos.
O percurso foi, claro, lindo, com uma visão sobranceira sobre o litoral onde milhares gastavam o oxigénio na faina atlética do levantamento das "bejecas" e alimentando os pulmões do ar puro das discotecas. E nós, ali no alto, respirando a enorme poluição da Rocha da Pena. Estúpidos.
Mas isto de andar a pé, de noite, a subir serros, não é só libertação de suor, e flagelação dos músculos. E o estômago? Seria uma enorme falta de respeito por um orgão que nos proporciona tanto prazer. É que depois do esforço apareciam do nada, as vitualhas, como se o Messias, omnipresente e incógnito, multiplicasse os pães e fornecesse os vinhos. E era um regalo ver surgirem, bolos, pasteis, camarões, fruta, vinho da região (maravilha Cidália), licores, medronho, e, imaginem, uma panela de caracóis. Há! Escalfadinhos Marafados e penduras, sois previdentes, sois ajuizados, gastaram energias, perderam peso, mas repuseram tudo, nos devidos lugares, em minutos. E as barriguinhas mantiveram a sua elegância habitual. Ah! já me esquecia, quando chegámos ao local de concentração, a Penina, os Escalfadinhos já se tinham preparado e bem, com um fornecimento de calorias dignas de um ultramaratonista. Era o antes que já ameaçava o que viria depois.
Falta acrescentar que antes da caminhada o Deni e seus muchachos e muchachas, improvisaram umas musiquinhas que só não atingiram o nível de um Verdi ou um Mozart, porque o instrumental não ajudou. As vozes estavam lá, as notas musicais também, fora dos locais, sim, mas estavam lá todas, os rés, os fás, os sois, e principalmente os dós.
Conclusão da jornada: chegámos a casa às 2 da matina. Loucos!
Ora vejam as fotos AQUI.
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