sábado, 27 de fevereiro de 2016

CORRIDAS À 6ª FEIRA - CERRO DE S. MIGUEL - 26-02-2016

O ENCANTO DAS CORRIDAS À 6ª FEIRA
Na última 4ª feira, na ausência de tempo para uma confecção adequada do almoço, resolvemos dar um salto a um espaço onde o preço de um almoço justifica a preguiça de o fazer em casa. E foi nesse espaço, paraíso dos poupadinhos, dos preguiçosos ou dos muito ocupados, que ouvimos soar o nosso nome. Eram duas campeãs das Corridas à 6ª feira. E a mesa onde se encontravam abriu-se, de imediato, para nós. E por ali ficámos engolindo, que não degustando, o nosso económico almoço, perorando sobre o que nos une. O importante do repasto, em tão excelsa companhia, não era o sabor dos alimentos, o estado do tempo, o último orçamento de estado. O importante foi o desvio natural para assuntos semi-filosóficos da vida, do passado, das nossas profissões, mas também, e é o que nos interessa neste espaço, relacionados com o fenómeno das marchas no Algarve e em especial do Corridas à 6ª feira. O que leva tantos a percorrer tantos quilómetros a horas impróprias para subir, tal como hoje aconteceu, a um dos cerros mais altos do Algarve (e foram 203), com um frio de rachar e uma ameaça de chuva (e choveu mesmo), que tipo de pessoas são, qual a média etária dos frequentadores, que formação académica possuem. Debruçámo-nos, especialmente, sobre este último ponto. E chegámos a uma conclusão. Que éramos todos iguais, que todos desejávamos que chegasse a 6ª feira independentemente das previsões meteorológicas. Que no meio do nosso vasto pelotão não existem advogados, professores, engenheiros, bancários, pedreiros, sapateiros, donas de casa, empregados de escritório. Pois é, não chegámos a conclusão nenhuma, porque ali há seres humanos irmanados pela mesma finalidade, praticar exercício físico e conviver. Os "narizes empinados", os "importantões", os elementos das castas superiores, ficam em casa e não se misturam com os "loucos" das noites loucas. Problema deles, porque não sabem o que perdem e porque, do alto da sua enorme importância, não contactam os seus pares que por aqui andam, incógnitos, mas felizes. 
Hoje no cerro de S. Miguel fomos todos, mais uma vez, iguais, igualmente arfantes de cansaço, igualmente triunfantes daquele monstro, igualmente gelados, igualmente encharcados com a chuva que teimou em cair do meio da prova até ao final e que só poupou os aviões que em velocidade supersónica se anteciparam à sua queda. E nós, imitadores de fotógrafo, também fomos lá no alto (de Hyundai, claro), mãos congeladas, coração bem quente, ainda mais felizes por fotografar, que não o engenheiro, o advogado, o pedreiro, a dona de casa, mas sim o atleta que se supera, o homem ou a mulher que ri feliz, que convive com o companheiro do lado, que se solidariza com a dificuldade do percurso. É um grupo heterogéneo? Parece, mas não é. É homogéneo o mais possível. O resto é treta. 
Um agradecimento muito especial aos organizadores, os Pirilampos de Moncarapacho e ao Presidente da Junta, o Manuel Carlos, pela recepção, repasto final e preparação exemplar do percurso. 
Ora vejam as fotos no local habitual, AQUI.

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