domingo, 16 de dezembro de 2018

MARCHA DE ALBUFEIRA - MARCHA DO PAI NATAL - 16-12-2018


A "Vila Branca em Mar Azul", a capital do turismo, a antiga aldeia piscatória, a localidade que mais cresce em Portugal, a cidade com mais hotéis e restaurantes por metro quadrado, a recordação da beleza típica do antigamente, onde  os naturais se encontravam com facilidade e os residentes de outras paragens, como nós, que quase albufeirenses somos, graças aos 30 anos de residência, transformada hoje em autêntica mina de exploração de minério, onde o euro é  o material a extrair e onde os comerciantes são quase todos de paragens longínquas. Perdeu a tipicidade, mas não perdeu o encanto. Perdeu as tertúlias, onde era fácil encontrar o Cliff Richard, os Shadows, o Tom Jones, os portugueses Carlos Bastos, Francisco Fanhais e muitos outros, mas não perdeu a praia do Peneco, as arribas encimadas por prédios de apartamentos, ainda predominante brancos, que se debruçam sobre a praia em equilíbrio aparentemente instável. Albufeira da minha juventude, sempre recordada, não pelas alterações cimentadas em excesso, mas pelos autóctones que ainda, a espaços é possível encontrar, os dinossauros que teimam em sobreviver submergidos pelos que se servem dela e não nascidos nela, para lhes extorquir o sumo e transferi-lo para outras paragens.  
Hoje ao marcharmos por aquelas ruas, ao passarmos por aquela extraordinária praia, o que vimos? A morte do café Bailote (manteve-se o nome mas alterou-se a finalidade), a Júlia, a farmácia, o supermercado Reis, o ribeiro transformado em mercado onde se encontra de tudo menos produtos artesanais portugueses, a praia do Peneco invadida, recentemente, por uma estrutura de construção pseudo modernista mas de gosto duvidoso, o bar sobranceiro à praia, junto ao Sol e Mar, ocupando todo o espaço e que antes permitia uma visita pela totalidade do parapeito, o elevador também de linhas modernistas emparelhando com o Peneco mas não o acompanhando na vetustez.
Continuamos a amar Albufeira, não como antigamente, mas com amor platónico, saudoso e reverente. 
A marcha foi essencialmente citadina, percorrendo o que Albufeira tem de mais turístico, muito bem organizada, mobilizando dezenas de voluntários, quer na recepção inicial, com distribuição de camisola, barrete de Pai Natal e Pai Natal de chocolate, quer na distribuição pelas ruas de dezenas de alunos da Escola que impediram qualquer hipóteses de engano.
O Presidente Carlos Rolo e o Director do IPDJ (este sempre presente), Custódio Moreno, deram-nos as boas vindas e uma divertidíssima professora deu um aquecimento onde não faltaram os beijinhos e o Toy na sua paródia de Natal "Toda a noite".
Foi muito bom e nem os chuviscos "molha parvos" impediram que marchássemos com enorme prazer. Obrigado.
Presentes autocarros de Alcoutim, Aljezur, Lagoa, Loulé, Monchique, Olhão, Portimão, São Brás de Alportel e Silves.
Vejam as fotos AQUI.

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