Transcrevemos, com a devida vénia, o que foi escrito na página de Facebook da Casa do Povo de Santo Estevão sobre a noite de São João e sobre a marcha do nascer do sol, onde vamos estar presentes:
"A noite de São João é mágica, de 23 para 24 de junho, especial.
A festa de S. João está ligada aos rituais antigos do solstício de Verão e toma a expressão de um combate em que o Verão vence definitivamente o Inverno. Esta cerimónia está relacionada com S. João Baptista, o mensageiro de Cristo. A partir do S. João (24 de Junho) os dias começam a perder força, e é então quando se inicia a fase que culminará com o advento de Cristo.
Inicialmente tratava-se de uma festa pagã. As pessoas festejavam a fertilidade, associada à alegria das colheitas e da abundância. Mais tarde a Igreja cristianizou essa festa pagã e atribui-lhe o S. João como Padroeiro.
Trata-se de uma festa cheia de tradições. Tradicionalmente, o alho-porro era um símbolo fálico da fertilidade masculina e a erva cidreira da feminina. Existem, ainda, os tradicionais saltos sobre as fogueiras e arraiais populares. Segundo Eduardo Amarante, o costume de saltar a fogueira nessa noite assenta na crença do poder vivificante e fertilizante do fogo. Segundo a crença popular, saltar por cima das fogueiras de rosmaninho e de outras plantas balsâmicas, colhidas durante a noite de S. João, tem a virtude de livrar de bruxedos, feitiçarias e outras maleitas. Por outro lado, o poder exorcizante deste elemento ígneo, “que põe em fuga os demónios que aparecem nesse dia”, está bem patente na profusão de fogos e balões de S. João que exaltam a vitória da luz sobre as trevas.”
A partir do nascimento de Cristo o dia começa a vencer a noite. Assim, com S. João há um declínio e com Cristo há uma ascensão: a luz vence as trevas. O solstício de Inverno é chamado pelos romanos Sol Invicto, Sol Vitorioso, que parecia que ia morrer, mas que, na realidade, surge invicto, invencível. A partir daí a natureza começa a desabrochar até atingir o seu apogeu precisamente no dia de S. João.
Segundo a crença popular, baseada em antigas tradições comuns a outros povos, as plantas colhidas nessa noite, antes do Sol nascer, têm grandes virtudes medicinais e poderes divinatórios, relacionados com a saúde, a prosperidade e, sobretudo, a felicidade em amores e casamentos. S. João é mesmo chamado “Santo casamenteiro”, e as uniões celebradas nesse dia “são para durar”.
Os folguedos da noite de S. João, com mouras encantadas, como a do Castelo de Tavira, balões, fogueiras, orvalhadas, augúrios à meia-noite de carácter amoroso, banhos matinais motivados pela crença na virtude das águas antes do sol nascer, virtude das ervas, cascatas, bailes e danças, são restos de antigas crenças pré-cristãs, vestígios de velhos cultos naturalistas, englobados pelo povo sob o emblema cristão de S. João.
Por tudo isto propomos dar as boas vindas a este “Sol Vitorioso” em dia maior, pelas 6h12m com a organização de uma marcha corrida, inserida no Todos a Caminhar e Festas da Cidade com início na Praça da Republica, percurso ate às Quatro Aguas, regresso pelo Convento das Bernardas, Estação CP, Av Dr Mateus Teixeira de Azevedo Praça da Republica, numa distancia de cerca de 6 000 metros".
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