quarta-feira, 9 de maio de 2018

PEGADAS À 4ª FEIRA - LITTLE CANYON - 09-05-2018

PEGADAS NO FAROESTE
Faroeste, tradução para português das palavras inglesas Far West (oeste distante, longínquo). No século XVI os americanos iniciaram a ocupação do território até à costa Oeste, tentando e conseguindo transportar a sua fronteira até onde a terra acabava e o Oceano Pacífico se iniciava. Essa epopeia romanceada, filmada e retratada em milhares de revistas de banca desenhada, descrevendo o avanço dos colonos, inventando heróis míticos, cowboys, xerifes e índios, calcorreando em frágeis caravanas as estepes, desertos e desfiladeiros, ocupados pelos índios nativos, esses sim os verdadeiros e únicos americanos, pelos bisontes, cobras, cactos e cavalos selvagens, é designada pela conquista do Farwest ou a conquista do Oeste longínquo. Se foi ou não uma gesta digna dos elogios actuais, e não um massacre dos nativos, uma invasão sangrenta e um período conflituoso em que os conquistadores, como em qualquer guerra, massacram os invadidos e se digladiam, entre eles, pelos espólios dos derrotados, essa é uma discussão para os historiadores sérios e isentos se é que os há. 
O Pegadas também teve hoje a sua gesta, não no Farwest americano sangrento, mas no Faro Oeste pacífico, alegre e folgazão. Ali para o lado das Gambelas, a oeste da Faro, em plena mata, sem bisontes, cobras ou cavalos selvagens, ultrapassaram obstáculos, preservando o meio ambiente, não afugentando os mosquitos, esse sim os verdadeiros nativos, ultrapassaram o canyon algarvio, o estreito desfiladeiro resultante da erosão que uma linha de água, no seu percurso de séculos, desenhou e escavou. Foi a invasão pacífica numa rota difícil que meteu escada e cordas, descoberta pelo navegador dos tempos modernos, o nosso Cristovão Colombo, o António Santos,  em direcção, não ao Pacífico, nem ao desconhecido,  mas ao regresso ao ponto de partida, onde se discutem os feitos de cada qual, traduzidos em minutos por quilómetro, dores musculares, artroscopias ao joelho, batimentos cardíacos e outros assuntos importantes,  próprios dos atletas que fazem do exercício físico uma fonte de saúde para o corpo e para o espírito. E no final, ali numa mesa de um "saloon" do Faro Oeste, em plena Gambelas City, um vasto repasto teve lugar. Fruta, bolos, vinho, cerveja, pão, chouriço e até uma deliciosa salada de cavalas surgiu dos confins das "caravanas" puxadas por muitos cavalos e muitas cilindradas. 
Os nossos amigos do Quarteira Night Runners vieram visitar-nos, percorreram também o little canyon, confraternizaram connosco. Obrigado gente fina e muito querida.
Foi uma jornada gloriosa em que o Pegadas, mais uma vez, "por mares nunca dantes navegados, passaram ainda além da Taprobana". O Camões anda às voltas no túmulo, sofrendo por não ter nascido nesta época. Os Lusíadas teriam outra dimensão, aquela que lhe seria dada pelos grupos informais de marcha/corrida.
As fotos estão AQUI.    

2 comentários:

  1. Uhau! Jorge Lopes
    Foi sim, um autêntico filme ao som dos tambores dos índios nativos do nosso Faro Oeste.

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    1. António Santos, foi lindo. As reacções das pessoas a trepar pela escada, em pleno esforço, mas ainda com voz para expressarem o que sentiam foi, certamente, para si um motivo de orgulho. Parabéns António, pela organização, pela imaginação, por se preocupar com os outros, por tudo o que tem feito em prol deste grupo, cada vez mais unido e entusiasta.

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