Ontem foi dia de poesia no jantar de Natal do Pegadas à 4ª Feira. Alguém citou Camões, a Paula Nascimento citou-se a si própria com umas quadras alusivas às caminhadas, ao longo dos tempos, do Pegadas e o nosso líder citou Augusto Gil. E fico-me por esta citação. O António recordou uma extrato da famosa, um pouco lamechas, mas bela, Balada da Neve:
É talvez a ventania:mas há pouco, há poucochinho,nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho…
Imagem bem real. O António calcorreando os pinhais, com vento ou sem vento, pela quieta melancolia dos pinhais das Gambelas, imaginando novos percursos, novas sensações, pisando as agulhas dos pinheiros, único som na quietude da mata. Mais à frente Augusto Gil escreve e aqui recordamos nós:
Fico olhando esses sinaisda pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança…
Versos que retratam o que não é o Pegadas. Há crianças, que serão o futuro do grupo informal de marcha/corrida, mas não há pobre gente que avança. O Pegadas tem gente que avança, destemidamente, alegremente, treinando os músculos, burilando a mente rumo a uma condição física que ajuda a manter a sanidade mental e a saúde.
Os últimos versos da Balada da Neve, abstraindo-nos da lamechice:
E uma infinita tristeza,uma funda turbaçãoentra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
– e cai no meu coração.
No Pegadas não há turbações nem tristezas e se um dia cair neve no Algarve o Pegadas estará a caminhar e a divertir-se.
Ontem o Pegadas teve talvez o melhor dos momentos da sua vida. Não houve caminhada, mas houve uma manifestação de unidade, alegria, entusiasmo, amizade e unidade simplesmente sensacionais.
O mérito quase total é de um homem. Esse homem chama-se António Santos e é o homem da foto ao lado. OBRIGADO.
Obrigado Jorge
ResponderEliminarEnobrece a alma e dá-nos alento e alegria para a conquista de mais 52 eventos para o ano de 2019. Assim seja como este ano que está a terminar, já seria excecional.