quinta-feira, 9 de junho de 2011

ESPAÇO TEMÁTICO

Pela sua importância, e com a devida vénia, transcrevo um artigo, publicado na "newsletter" de Junho do IDP, do nosso querido amigo João Carmo, tecnico da Direcção Regional do Algarve do Instituto de Desporto de Portugal:
Obesidade, Actividade Física e Saúde
A obesidade é considerada uma doença de proporções epidémicas, com uma crescente prevalência mundial. Estudos mostram que a obesidade cresce a uma taxa alarmante, a ponto de a Organização Mundial de Saúde lhe ter chamado epidemia global, numa alusão aos novos hábitos de viver e de comer do homem.
A expansão da obesidade a nível mundial, que até há bem pouco tempo afligia os adultos, hoje é uma realidade crescente em crianças. Os jovens de hoje são muito mais sedentários, raramente vão a pé para as aulas e tem brincadeiras sofisticadas excluindo assim os jogos tradicionais da apanhada, das escondidas, entre outros. O resultado de tudo isto é a predomínio da obesidade.
Porque engordamos? A acumulação de gordura ocorre sempre que existe um balanço energético positivo, ou seja, quando a energia ingerida é superior à energia dispendida. Este facto também poderá ocorrer, devido a várias anomalias do forro endócrino, genético e/ou metabólico. No entanto, na maior parte dos casos, a obesidade está associada a uma excessiva ingestão calórica através de alimentos nutricionalmente pobres e hipercalóricos.
Quem é obeso? Para medir o grau de obesidade, utiliza-se o IMC (Índice de Massa Corporal) que corresponde ao valor da relação entre o peso, em quilos, e a estatura ao quadrado em metros, e é a forma mais fácil e rápida para determinar o grau de obesidade de um indivíduo. Contudo este apresenta algumas lacunas, pois o IMC não tem em conta a massa magra, pelo que um atleta com muita massa muscular, pode ser considerado obeso na classificação do IMC, quando, na verdade tem mais massa muscular e não essa quantidade de tecido adiposo. Este índice é também mais fiável nos homens do que nas mulheres. Para resultados mais precisos é necessário utilizar outros métodos, como as medidas de pregas cutâneas e bioimpedância.
A actividade física surge então como um dos instrumentos para combater esta epidemia. Numa fase inicial, a actividade física deverá ser o mais adaptada possível às condições físicas e médicas de um indivíduo, quer em termos de frequência, quer de duração e intensidade. Quem inicia um programa de actividade física e há muito tempo que nada faz, deverá começar progressivamente, e o primeiro objectivo semanal é atingir 1000 Kcal com o exercício, dividido por 3 sessões. Se o objectivo é emagrecer bem, ou seja, perder gordura, interessa que esta perca de peso seja lenta. Nas percas rápidas de peso é frequente o indivíduo estar mais leve em termos absolutos, mas mais gordo em termos percentuais. Significa por isso que os balanços energéticos (relação entre calorias ingeridas e calorias gastas) devem ser pouco negativos. Para tudo isto é importante que contacte os respectivos profissionais da área, quer nas vertentes da nutrição quer da prescrição de exercício físico.
É possível emagrecer sem actividade física, mesmo que a dieta seja perfeita e bem orientada? As hipotéticas perdas de peso são temporárias e não para o resto da vida. Estudos têm mostrado que mesmo que consiga emagrecer, não consegue manter a longo prazo o novo peso sem actividade física. Uma dieta equilibrada e a actividade física complementam-se.
Não faça exercício só para perder peso. Faça exercício físico pela sua saúde e bem-estar e recorde-se que para além do controlo de peso, a actividade física tem inúmeros benefícios físicos, psicológicos e sociais.
Mude o seu estilo de vida! Saia do sofá… seja mais activo!!!
João Carmo (DRALG-IDP,IP)
Referências Bibliográficas:
Barata, Themudo (2003) – ―Mexa-se… pela sua Saúde‖. 1ª Edição, Lisboa. Publicações Dom Quixote.

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