No comboio descendente
Vinha tudo à gargalhada,
Uns por verem rir os outros
E os outros sem ser por nada —
No comboio descendente
De Queluz à Cruz Quebrada...
(Fernando Pessoa)
Não foi de Queluz à Cruz Quebrada, mas do Parque das Cidades a Faro. Foi a terceira edição do Apita o Comboio.
O Fernando Pessoa, se fosse vivo, teria no Pegadas uma fonte de inspiração tal a diversidade de eventos preconizados por este grupo. No poema do Comboio Descendente, Pessoa parece ser premonitório. É que no nosso comboio vinha tudo à gargalhada. Pessoa falha quando diz que uns riam por nada e outros por verem rir os outros. Puro engano pessoano. Todos riam porque gostavam, por puro gozo.
O percurso foi o habitual, o mais provável, o do regresso a Faro.
Regresso às fragas de onde me roubaram.Ah! Minha serra, minha dura infância!
Como os rijos carvalhos me acenaram.
Mal eu surgi, cansado, na distância.
(Miguel Torga)
O comboio com o Fernandinho e o regresso com o Miguelito.
O Pegadas é um poema que não rima mas que funciona certeiro como um relógio suíço.
O António marcou, desta vez de automóvel, desmarcou fechando a coluna. Dá trabalho? Dá e muito. Estamos a ficar sem tempo e ninguém se chega à frente? Que tal um comité de apoio? Um conselho de Administração composto por alguns que se revezariam?
O Pegadas vai desaparecer? Não pode.
Fotos AQUI.
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