quarta-feira, 21 de agosto de 2019

FARO, PEGADAS À 4ª FEIRA - DUREZA 21 PELOS TRILHOS DO ASSOBIO - 21-08-2019

Há quem diga que os homens têm, nos seus conciliábulos machistas, três interesses que, regularmente, ou sempre, vêm à baila: o futebol, as suas performances horizontais passadas ou actuais e a tropa. Em qualquer destes meios de conversa e especialmente no segundo, mentem, cegam no primeiro e exageram no último. Neste blog, que não é cego, nunca falamos de futebol, nem de qualquer performance atlética em posições pouco consentâneas e também, para não mentirmos, nem seria lógico que o fizéssemos dada a faixa etária dos 0 aos 100 anos que nos lêem. Mas por vezes lá vem o raio da tropa, onde se marchava e corria, tentando ilustrar algo que correu bem ou menos bem. O António Santos apelidou o evento desta noite de "Dureza 21 pelo trilho do assobio". Será que ele, que também caminhou ao som dos tiros e debaixo do cheiro da pólvora, se referia a um exercício de 4 dias e 3 noites, que os meninos sádicos dos Rangers inventaram, ou copiaram dos americanos, que denominavam de Dureza 11? Segundo aqueles gloriosos tempos que também vivemos, ou sobrevivemos, aquela designação derivava da escala de Mohs, a tal que qualifica a dureza dos minerais, segundo a qual o mineral mais duro que existe é o diamante, que tem a dureza 10. O tal exercício de 4 dias tinha a dureza 11, portanto era mais duro que o diamante. O António foi mais longe, arranjou uma dureza 21. Oh! António, não é caso para tanto. Os diamantes bastavam, porque hoje estiveram ali 189 já lapidados e preparados para tudo sem necessidade de um estágio em Lamego, testando durezas. A dureza 21 do António (ele disse-me que se referia ao dia do evento, dia 21, mas eu desconfio) foi pulverizada pelos caminhantes e corredores ao som da Serenata do Assobio, da brasileira Catarina Amorim, que passou, exaustivamente, durante aquela subida bem "chatinha", mas insensíveis aos que exageram, hoje, com a famigerada dureza 11 dos anos 60 e 70, em terras longínquas do norte de Portugal. Os que testaram a escala de Mohs, fizeram-no como se a dureza fosse 1, a do talco, o mineral menos duro que existe.
O assobio ouvia-se ao longe ampliado pela quietude da mata, as pancadas das sapatilhas no atapetado e agulhento piso, foram audíveis, o arfar rivalizava com a música, o assobio nas bocas dos passantes, nem ouvi-lo, as bifanas souberam a pouco e de durezas estamos conversados. Talvez uma bifana mais dura merecesse uma classificação de 4 ou 5, nunca de 21. Que tivéssemos visto o homem do restaurante não se forneceu dos cascos do animal já que ninguém perdeu os dentes na mastigação faminta depois do assobio e das durezas.
Foi mais uma jornada hilariante, saída da mente perversa do António, que se diverte, divertindo-nos. Muito bem mais uma vez. Já se está a tornar recorrente os elogios aos eventos do Pegadas. Mas que podemos fazer? Nada, é assim, nada há a fazer.
As fotos estão aqui.

1 comentário:

  1. São eventos simples que ninguém mais os faz, são coisas dos pegadas!
    Eu não tenho culpa que seja assim... Obrigado caro amigo Jorge Lopes.

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