quarta-feira, 4 de julho de 2018

FARO, PEGADAS À 4ª FEIRA - 04-07-2018


O António chamou ao 200º evento "A corda se quiseres". Há palavras homófonas que soam de forma igual mas têm significados diferentes. "Acorda" o acto de sair do sono, ou "a corda", o artigo "a" que precede o substantivo "corda", entrançado de fios cujo destino é a tracção, prisão ou atadura. Os puristas do português já estão a afiar a dentuça porque aqui não há homofonia perfeita, já que um dos sons implica a existência de duas palavras, mas, para continuação deste arrazoado, serve muito bem. A intenção do António teria sido uma chamada de atenção para os objectos, que foram encontrados no percurso, destinados a praticar um semi-slide bem divertido? Ou terá sido, subliminarmente, uma chamada de atenção para a fuga ao estado cataléptico provocado pelo sono e a saída para a rua em direcção ao ar puro e ao exercício físico? Hum! penso que houve as duas intenções, acordem e lembrem-se que há um grupo que brinca com cordas. Hão-de concordar que é uma feliz e bem significativa analogia.
E os que estiveram nas Gambelas e que foram, permitam-me brincar com as palavras, não com a corda ao pescoço, nem na corda bamba, não roendo a corda, mas dando a corda aos sapatos e estando com a corda toda, bem a...cordados, até às cordas espalhadas pelas duas encostas, dando bom uso às suas cordas vocais, gargalhando satisfeitos por esta simples ideia, mais uma, que transforma o Pegadas em algo original. E que bem que eles subiam, agarrados à corda, corpos inclinados, narizes a rasgar o pó, costas curvadas, pernas bambas e escorregadias fincadas no chão. Foi um fartote para quem estava lá no alto a premir o botão da Nikon com um sorriso beatífico, divertido e gozão atrás do visor. E no final as opiniões eram unânimes. Foi espectacular. Uma opinião que me chegou aos ouvidos unifica todas as outras: "esta gente inventa cada uma, conseguem trazer-nos sempre algo diferente". É isso mesmo, o Pegadas inventa, intercala a normalidade com a surpresa, transforma o que seria um mero exercício físico em algo divertido. Há eventos calmos, há eventos surpreendentes, há desfiladeiros, há mouras encantadas, cobras, árabes, escadas, mas também há chouriças assadas, bifanas, vinho Planalto fresquíssimo no meio da mata, enfim um sem número de pequenas loucuras, coisas simples mas que fazem deste grupo um espectáculo cujos cenas ficarão gravadas na nossa memória. O nosso António Spielberg Santos já merecia um Oscar.
Falta acrescentar que estavam presentes 161 corredores/marchantes. Excelente.
As fotos dos trepadores estão AQUI.  

4 comentários:

  1. Jorge Lopes, por muito que se diga, esta imagem diz tudo, razão de ser do "Pegadas" de Faro… e vão ficando gravadas na nossa memória.

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  2. A originalidade e a imaginação já são uma marca do Pegadas. A foto da Lília acrescenta-lhe o resto: o esforço, o obstáculo vencido, o repouso final e o sorriso aberto espelhando uma satisfação evidente.

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  3. Tendo sido a minha primeira participação, quero felicitar-vos pela originalidade da corda. Senti que era o nosso pilar de grupo, uma experiência que quero voltar a repetir, estão todos de parabéns!

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  4. Apareça sempre. Esta foi algo difícil mas nem sempre é assim. O António intercala as dificuldades e as originalidades. O homem também tem os seus limites e a sua vida pessoal. Mas que transformou o grupo em algo de diferente, isso é uma enorme verdade.

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