segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O DILÚVIO NO ALGOZ


De acordo com a tradição bíblica, Deus zangado com a maldade dos homens mandou abrir as portas do céu e afogar toda a humanidade, poupando somente o único homem bom que vivia à face da terra... Noé.
Ontem, no Algoz, cheguei à conclusão que o narrado na Bíblia não passa de uma profecía, que o dilúvio nunca aconteceu. O dilúvio verdadeiro aconteceu ontem, durante toda a manhã, no nosso Algarve.
A Junta de Freguesia do Algoz tinha tudo a postos. Percurso marcado, pessoal preparado no apoio aos marchantes, aparelhagem sonora e até uma farta mesa pejada de filhós, salame de chocolate, bolos e chá.

Mas a Junta de Freguesia cometeu uma falha imperdoável: esqueceu-se de telefonar ao Noé, e pedir-lhe ajuda para a construção de uma Arca que transportasse as centenas de marchantes pelas terras alagadas da freguesia.

A Rosinda (marchante assídua e colaboradora na organização) estava desolada. Depois do trabalho de montagem da marcha, feito com tanto esmero, a ira dos céus não lhe permitiu ver o fruto desse trabalho.

Cara Rosinda, não se amofine. Não marchámos, mas devorámos os acepipes e bebemos o vosso delicioso chá quente. Não ginasticámos as pernas, mas demos bom trabalho aos maxilares. E para o ano aí estaremos. Ah, aconselho-a a começar já a construção da Arca não vá a maldade da humanidade se agravar e Deus, já sem paciência para nos aturar, resolva, finalmente, concretizar as suas ameaças.

2 comentários:

  1. Comparado consigo, Amigo Jorge, o JRS é um escritor de fraquíssimos recursos ao nível da prosa... O primor que emana da sua escrita é deveras enebriante!
    Continue tão bela criatividade e jamais se amofine com as críticas que por essas mesas do café se elevam.
    Um enorme abraço deste seu fã.

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  2. Caro Jorge,

    Da próxima não vamos dar bonés... mas sim chapeus de chuva!!!!!!!

    Boas Caminhadas
    Ana Maria Mediação de Seguros

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