quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

TÃO ACTUAL - A RATOLÂNDIA

A fábula Mouseland (em português: "Ratolândia") foi inicialmente contada por Clarence Gillis e mais tarde popularizada em discurso por Tommy Douglas, político canadiano. Foi um pastor Batista de origem escocesa que virou um proeminente político social democráta no Canadá. Como sétimo primeiro-ministro da província de Saskatchewan de 1944 a 1961, pelo partido Co-operative Commonwealth Federation (CCF), liderou o primeiro governo  socialista da América do Norte e introduziu o modelo de saúde pública universal no Canadá. Quando o CFC se uniu ao sindicato Canadian Labour Congress para formar o novo Partido Democrata (New Democratic Party - NDP), Douglas foi escolhido como líder do novo partido a nível federal, posto em que serviu por dez anos, até 1971. Ele é lembrado por sua sagacidade e oratória, através da qual expressou seu idealismo, exemplificado pela fábula da Mouseland.
A fábula expressava a visão de que o sistema político canadiano estava viciado, pois oferecia aos eleitores um falso dilema: a escolha de dois partidos, dos quais nenhum representava os interesses do povo.
Na fábula, os ratos (o povo canadiano) votavam nos gatos negros (Partido Progressivo Conservador) e depois de algum tempo descobriam o quão difícil suas vidas eram. Depois votavam nos gatos brancos (Partido Liberal) e assim ficavam alternando entre os dois partidos.
Um dos ratos tem então a ideia de que os ratos deveriam formar seu próprio governo...
Aqui fica o discurso de Tommy Douglas, que pode também ser visto AQUI:
Era uma vez uma terra distante e esquecida o país dos ratos, conhecida pelo nome de Ratolãndia. Ratolândia era um país de ratos, onde todos os ratos viviam como nós...livres...onde podiam brincar e trabalhar. Ondem nasciam e viviam até o fim de seus dias, onde viviam do mesmo modo que nós.
Até tinham um parlamento e de quatro em quatro anos havia eleições, altura em que marchavam às urnas para poder exercer seu direito de voto.
Alguns percorriam grandes distâncias, outros não, alguns iam a pé, outros de carro, alguns tinham facilidades em ir votar, outros precisavam de boleia e auxilio para poder la chegar e votar. uma grande aventura que tinham a cada quatro anos, tal como eu, tal como tú, tal como todos nós.
E em cada eleição todos os ratinhos se habituavam a ir as urnas eleger um Governo, um Governo formado por gatos, sim gatos. Gatos pretos grandes e gordos. Parece-lhe estranho não? Mas se pensa que é estranho elegerem um governo de gatos, veja um pouco da historia de alguns países que ao longo dos anos e verá que não eram mais estupidos do que nós somos, sim eu, tú e todos nós. E não é que haja algo
contra os gatos, até eram bons rapazes, conduziam o governo com dignidade e aprovavam boas leis, boas leis para os gatos. Contudo as leis que eram boas para os gatos, não eram muito boas para os ratos.
Uma das leis dizia que o buraco da porta das casas dos ratos tinham de ser redondas e ter tamanho suficiente para que lá coubesse a pata de um gato.
Outra das leis dizia que os ratos só podiam andar a uma certa velocidade para que um gato conseguisse o pequeno almoço sem muito esforço físico.
Todas estas leis eram boas leis para os gatos mas muito duras para os pequenos ratos. E a vida dos ratos era difícil e ficava mais e mais difícil e dura. E quando os ratos já não aguentavam mais decidiram que alguma coisa tinha de ser feita, tinham de mudar. E foram às urnas em peso, votaram contra os gatos pretos. E elegeram os gatos brancos.
Os gatos brancos tinham feito uma campanha genial:
O que a Ratolândia precisa é de mais visão. O problema da Ratolândia são as entradas redondas das casas dos ratos. Se nos elegerem fazemos entradas quadradas.
E assim fizeram, mas as entradas quadradas tinham o dobro do tamanho, e agora cabiam as duas patas de um gato. E a vida dos ratos ficou ainda mais dura e difícil.
E quando já não podiam mais com os gatos brancos votaram nos gatos pretos.
E depois novamente nos gatos brancos.
E depois outra vez nos gatos pretos.
E depois tentaram metade pretos metade brancos, chamando-lhes coligação.
E como não resultou tentaram gatos malhados, eram gatos que tentavam falar como os ratos mas comiam como gatos.
Portanto o problema não era a cor dos gatos, mas sim no facto de serem gatos. E por serem gatos naturalmente defendiam os interesses dos gatos.E
 um lindo dia chega um ratinho novo ao país vindo de muito longe, que tinha uma ideia.
Este ratinho novo disse a todos os outros ratos:

Vejam meus companheiros, porque continuamos a eleger um governo maioritário de gatos?
Porque não um governo com maioria de ratos?
E os ratos de ratolãndia disseram: O Quê????  OH! ÉS UM COMUNISTA.
E chamaram os gatos que o colocaram na prisão.
Porém é importante relembrar que se pode encarcerar um rato, ou um homem...mas nunca uma ideia.

Sem comentários:

Enviar um comentário