CORRIDAS À 6ª FEIRA - 2º ANIVERSÁRIO - PRAIA DO BARRIL - 07-08-2015

O ANIVERSÁRIO

Só a poesia, essa inutilidade tão útil, pode explicar a razão porque tantos despendam tanto tempo em 105 noites de 6ª feira e ininterruptamente, semana após semana, encham ruas, campos e praias. Citemos então um soneto de Frei António das Chagas o que fica sempre bem nestas efemérides e dá um certo ar intelectual ao blog (ihihih): 

Conta e Tempo

Deus pede estrita conta de meu tempo.

E eu vou do meu tempo, dar-lhe conta.

Mas, como dar, sem tempo, tanta conta

Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?

Para dar minha conta feita a tempo,

O tempo me foi dado, e não fiz conta,

Não quis, sobrando tempo, fazer conta,

Hoje, quero acertar conta, e não há tempo.

Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,

Não gasteis vosso tempo em passatempo.

Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta!

Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo,

Quando o tempo chegar, de prestar conta

Chorarão, como eu, o não ter tempo...

Será que o bom do frade tem razão? Será que gastámos, sem conta, tanto tempo? Ou que gastámos tanto tempo neste passatempo? Choraremos, em tempo, os gastos, sem conta, do nosso tempo? 

Ah! Frei António das Chagas, que não vivestes nestes tempos, que não sentistes  a benéfica euforia do tempo perdido, de tanto tempo perdido nos ganhos de melhor saúde, de melhor vida. Não pensastes nos benefícios destes tempos perdidos que dizes choraremos. Olha lá, Oh Frei, é a tua opinião, não a de milhares que ao fim de dois anos perderam o seu tempo nos esconsos trilhos dos Algarves, nas praias alvas, nas ruas históricas, nos serros ermos e espinhosos. Vai-te catar Oh Frei, não sabes do que falas e, garanto-te, não te prestaremos conta do tempo gasto.

Para festejar este 2º aniversário estiveram por ali, na praia do Barril, onde tudo começou, 224 alegres folgazões, que marcharam e correram na areia que os primeiros desbravadores, no ainda pouco longínquo dia 9 de Agosto de 2013, calcorrearam. E no final degustaram-se bolos (obrigado à Padaria Algarvia, do mercado municipal de Faro, que ofereceu um bolo especial a pedido da Paula), bebeu-se champanhe, sumos, ginja, medronho e sei lá que mais líquidos suspeitos mas não intragáveis, e soprámos velas no bolo da Margarida Fernandes (lindo e saboroso bolo), homenageou-se o incontestado líder, não o dono disto tudo (hum!) mas a alma mater disto tudo. Foi bonita a festa, pá, como diria o Chico Buarque. 
Recordemos os iniciais desbravadores: Luís, Carlos, Afonso, Miguel, José, Sílvio, Isac, Tânia, Lénia e Délio.

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