segunda-feira, 4 de julho de 2016

CALENDÁRIO REGIONAL DO PROGRAMA NACIONAL DE MARCHA/CORRIDA - AUTOCARROS

Domingo a domingo fomos controlando a presença de autocarros nas nossas marchas. Temos constatado que as Câmaras Municipais, como entidades organizadoras, ficam sempre muito confortáveis com a presença de autocarros de outras autarquias.
Vejamos então a estatística das presenças com excepção de algumas, poucas, marchas, em que devido à dispersão dos locais de estacionamento não foi possível controlar. De qualquer forma a amostragem é suficiente para termos uma ideia da presença, da ausência e até do desgoverno que por aí grassa, gastando algumas câmaras, em fogos de artifício e artistas pimba, dinheiros que dariam para enviar um autocarro, todos os domingos, durante 10 anos. Já nem nos atrevemos a mencionar os benefícios, que a presença dos marchantes, teriam para a sua saúde. Mas os votos dos marchantes equivalem à lotação de um autocarro, muito pouco comparado com a abrangência de uns dispendiosos fogos de artifício e o alcance de uma voz miserável, que em vez de formar o gosto musical das pessoas, só as vem tornar menos exigentes.
Vejamos então por ordem decrescente de presenças:

Faro - 31 presenças 
Albufeira - 27
Olhão - 19
Monchique - 17
Loulé - 16
S.Brás - 13
Aljezur - 12
Alcoutim - 11
Lagos - 7
Tavira - 7
Silves - 5
C. Marim - 5
Vila do Bispo - 4
V.R.Sto Antº - 1
Portimão - 0
Lagoa - 0

Dá que pensar, não dá?
Vejamos: Faro é a campeã das presenças apesar de se saber que não é uma câmara financeiramente desafogada.
Albufeira, depois de uns anos muito ausente, retomou e bem a sua presença. Olhão, lamentavelmente reduziu a frequência, o que se lamenta, sendo uma terra muito ligada ao exercício físico, a que não é alheia a presença do atleta olímpico Helder Oliveira e de um clube exemplar o COPechão. Monchique fez o que é possível devido às distâncias. Loulé regressou depois de 2 anos de ausência, com visitas duas vezes por mês (podem fazer muito melhor, como concelho mais rico do Algarve). S. Brás, depois de anos em que primou por contemplar o calendário regional quase em todas as marchas, lamentavelmente, este ano, portou-se muito mal. Aljezur e Alcoutim, apesar de situação geográfica, podiam fazer melhor. Lamenta-se a quase ausência de Lagos, Tavira, Silves (que regressou depois de 5 anos de ausência), Castro Marim, Vila do Bispo e Vila Real de Sto António. Que dizer de Portimão? O endividamento é tão grande que nem há dinheiro para uns litros de gasóleo? Mas dá para apoiar o campeonato de formula 1 de motonáutica, cujo retorno é quase zero? E Lagoa? Ah!, Lagoa tem a Fatacil, o Lagoa Wine Show (por ali fala-se bom inglês). E o apoio aos munícipes, especialmente aos que mais precisam, os seniores que faziam das marchas o único exercício físico semanal?
Algumas destas câmaras, para disfarçar, criaram localmente marchas, à mesma hora das marchas do calendário regional. Os custos da organização local, com mobilização de pessoal aos domingos, compra de águas, dispensas do pessoal pelo trabalho despendido ao domingo, será que é compensado pelos custos que um único autocarro consome?
É este o panorama do apoio camarário a um programa que só atingiu a dimensão que hoje tem e é um exemplo a nível nacional, porque as câmaras municipais o apoiaram desde o início. Tal não está a acontecer agora e o programa, com este panorama, tende a definhar e um dia morrer. E a culpa é dos maus gestores das nossas autarquias que de inteligência na definição de prioridades é zero.

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