quarta-feira, 12 de outubro de 2016

TEM AVONDO - SÃO BRÁS DE ALPORTEL - 11-10-2016

O jornal Washington Post pretendeu, um dia, lançar um debate sobre o valor das coisas e sua importância para as pessoas. Imaginou uma experiência original: convidou o violinista Joshua Bell um dos melhores do mundo, a, de forma absolutamente incógnita, tocar numa estação de metro do centro de Washington como um vulgar músico. Bell tocou durante 45 minutos e arrecadou 32 dólares e 17 cêntimos e, durante esse período de tempo, assistiu à passagem de milhares de utentes do metro indiferentes à genialidade da música de um dos maiores violinistas do mundo, que tocava num Stradivarius comprado por 4 milhões de dólares. Joshua Bell estava a tocar "à borla" naquela estação de metro, mas em noite anterior tinha tocado num concerto em que cada bilhete custava mil dólares.
A experiência do jornal levou a uma conclusão: a marca ou a arte têm um lugar onde são valorizados - o contexto onde se inserem. É tudo uma questão de moldura, de enfeite. Uma Lacoste sem crocodilo é uma vulgar camisola, uma mala Louis Vuitton sem o LV é mais uma mala. Ao Joshua Bell faltava-lhe a etiqueta e, ali naquela estação de metro, não era mais do que um pedinte caça-moedas na procura da sobrevivência.
O movimento que grassa por tudo quanto é localidade no nosso Algarve talvez precise de uma marca de etiqueta. O exercício físico praticado por milhares de algarvios são um fenómeno digno de, como é fino dizer-se,  um "case study". O que lhe falta para ser considerado e reconhecido a nível nacional? A marca, a etiqueta?
Hoje nos "Tem Avondo", mais um grupo que surgiu, este no interior algarvio, lembrei-me do Joshua Bell. Para o crescimento deste grupo tal como de outros o que é preciso? A marca? Um nome original? O nome foi bem escolhido, numa busca ao léxico algarvio e tem impacto. Outros assim são também, o Bolis, as Pegadas, a Passadeira Vermelha, as Caminhadas ao Luar. Que estas marcas se imponham, se mantenham, que cresçam, que ajudem mais e mais algarvios a sair da pasmaceira do sofá. E que não precisem de etiqueta, que se imponham pela qualidade. Que sejam Joshuas Bell mesmo incógnitos porque a qualidade é que importa, a etiqueta só é uma vaidade. 
Os "Tem Avondo" hoje subiram também a um cerro, o Cerro do Botelho não tão alto como outros dos concelhos vizinhos, mas com uma vista tão bela como a deles. 
No final alguns foram aos hamburgueres e assim se repôs os gastos que o Botelho nos tirou. 
Vejam as fotos AQUI.

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